sexta-feira, 7 de agosto de 2009


Tenho muitas saudades de Rodrigo.

Tenho muito orgulho também. Por isso não fico muito down quando sinto muitas saudades dele.

Olhando uma foto sua ainda agora vi um filme inteiro passar diante de meus olhos. Todinho, desde o início, lá em 82. Vi seu rostinho desde o primeiro dia me olhando com olhos pretos.

Agora também. Esses olhos pretos não olhavam pra mim, mas estavam ali, pretos marcados para sempre na minha alma. Na minha pele, no meu coração.

Quando um filho sai de casa fica um enorme precipício separando a vida da mãe do resto do mundo. Quando isso acontece, a mãe morre um pouquinho, só um pouco, mas não perde o chão e não cai porque sabe o quanto é preciso que isso ocorra pra que o filho voe e bata finalmente suas asas por si mesmo, mostrando ao mundo, finalmente, a que veio, como vai, para onde e com quem.

Observando seu olhar de olhos pretos, pude ver seus pensamentos e ler suas emoções. Sim, isso é possível! E me perguntei se tem coisa melhor que ver o filho adulto hoje, nos mesmos olhinhos pretos de criança que um dia me fitaram os meus. Tem coisa mais intensa que lembrar desses olhos pretos, chegando a esse mundo de boca aberta no maior berreiro, tentando atinar com o que lhe fizeram e por quê?

Só olhando os olhos pretos do filho a mãe pode entender a grandiosidade da vida e a generosidade desse momento.

É por isso que te amo.

Você nunca me deixou esquecer seus olhos pretos.

3 comentários:

  1. amei..simples e bonito,lembrei dos olhos do meu pequeno...

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  2. Viver é algo muito louco, mesmo...
    Pode-se virar apenas uma "chavinha" e passa-se a viver de outra forma. Basta só um "clic", nada demais.
    Viver, no amplo sentido da palavra, não devia ser complicado, ou ruim, ou então, sem graça.
    Não.
    Viver deveria ser prêmio, talvez. Quem sabe?
    Não sei.
    Só sei que vivo, por isso, escrevo. Por isso, amo. Por isso, choro.
    Trabalho, canto, sofro, como, sonho...Ah, sonho!
    Sonho, sim, como muitos que vivem teimando em encontrar algo que...
    O que?
    Não sei.
    Mas vivo. Por que?
    Não sei.
    Mas continuo vivendo.
    Não sei o motivo, não encontro explicação, não tenho as palavras, não sei nem por quê pergunto, mas continuo vivendo.
    Ora bolas, essa é boa. Não, essa é muuuuuuito boa.
    Então, por quê, se não tenho nada?
    Eu sei lá.
    Só sei que não tenho nenhuma resposta.
    Só continuo viva, nada mais.

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  3. Pra minha mãe querida,
    hoje foi um dia muito especial, seu aniversário.
    Foi feliz, cheio de risadas gostosas e verdadeiras e papai estava até bastante paciente com todo mundo, nem teve ataques de sabedoria com ninguém!!! Isso é inédito!!! Não ficou chato, foi tudo de bom. Pra você, mãe, acho que também foi tudo de bom, pois nós nos divertimos e nem lembramos dos problemas mais atuais, não foi?
    Te amamos, essa é a verdade. E o bolo? Ah, foi surpresa uma fatia de torta de limão, né?
    Por essa você não esperava. Fala sério! Achou que não teria nada de bolo nem para poder soprar uma velinha...snif! Te pegamos!
    Te amamos, tá?
    Muito!

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